sexta-feira, 18 de maio de 2007


Olhos fundos,
O Espelho mente,
Mostra alguém que não conheço,
Não pode, não é,
Não sou essa criatura!

Parada, estagnada a observar um ser desconhecido,
Intimamente desconhecido,
Belo, sorrindo pra mim,
Mas por que sorri?!
Se me conhecesse,
Mas não,
Não faz idéia de quem sou,
E eu não a reconheço,
Mas sorri,
Como uma criança!

Ela para,
Em segundos tudo muda,
Ela já não sorri,
Sequer ousa olhar-me,
Vejo em sua face uma lágrima rolar,
A reconheço,
Vejo a criança triste,
Chorando,
Ela só pediu um abraço,
Um colo,
Eu bem me lembro,
Ela não pediu nada além de um olhar amigo,
E lhe foi negado!
A única esperança de ser feliz,
Se dissipando naquela lágrima,
Que logo vira sangue,
E a criança já não consegue levantar,
Não tem forças em si,
Ela só espera,
Espera que algum desconhecido a salve.

... Espera ...

Ela tem a vida inteira pra morrer,
E sua morte pra viver!
Então ela espera!
Até Mais Ler...

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